Wednesday, August 29, 2012

Dias off!

E ai pessoal, jóia?
Terminado o José Finkel pude finalmente dizer: "estou de fééérias"
Férias do cloro e só!Mas já servem o suficiente, hehe.
Fiquei muito satisfeita com minha participação no campeonato, 4 medalhas de ouro nas provas individuais com recorde de campeonato nos 200 borboleta e sulamericano nos 200 costas (quem diria!). Junto com as meninas do Flamengo ainda participei de 2 dos 4 revezamentos da competição: 4x200 livre e 4x100 medley, adivinhem o que eu nadei??Peito!hehe Tentei substituir a altura nossa companheira, Thamy Ventorin que graças a Deus já está em casa se recuperando!
No Domingo tive uma notícia bem triste, na verdade foi mais uma constatação do que no fundo eu já sabia: que dinheiro compra quase tudo nesse mundo, até nota de jornal; não vou me estender muito nesse assunto porque essas pessoas não merecem nosso precioso tempo. Ninguém gosta de ser caluniado ainda mais em vias públicas mas a pessoa que eu precisava estava lá na frente da premiação vendo tudo: minha mãe. O apoio e palavras dela valem mais do que pessoas mau caráter, dinheiro e entidades de péssima indole. Sinto pena daqueles de bom coração que lá estão, não sei se são omissos ou se preferem ser, seja lá como for que paguem suas contas com Deus.
Falando de coisa boa nesses dias de folga resolvi preencher meu tempo com atividades bem diferentes; pra não deixar o corpo parado, montamos (eu e o meu preparador) uma série de treinamentos durante a semana: pilates, musculação e corrida, tô toda dolorida mas tô amando!
Também voltei a estudar: 3 matérias sendo uma delas estágio e nesse estágio tô intercalando entre alto rendimento e escolinha. Não que eu não goste de trabalhar com alto rendimento mas o prazer que dá ver crianças fazendo esporte me levam pra um futuro que eu acredito que vou seguir!
Também retomei a terapia, antes com os treinos e a preparação olímpica não estava dando muito tempo. Nos últimos meses fiz dos livros, treinos minha terapia mas agora encontrei um profissional aqui em Belo Horizonte que me deixou muito a vontade. Nada como ouvir de alguém: "se a gente tiver que ir até o inferno e pegar no braço do capeta, eu vou com você" :)
Foi engraçado, mas fez bem! :)

Vida, vida...uma lição a cada dia!

Saturday, August 18, 2012

Roteiro Segunda Guerra Mundial

Fala Pessoal!Como estão todos??
Queria falar um pouquinho pra vocês sobre minhas "férias" de alguns dias pela europa.
Ainda em Londres visitei o "bunker" de Churchil, ali pertinho do palácio de Buckingham, o primeiro ministro britânico conduziu a Inglaterra e os aliados a vitória. A atmosfera é incrível!Um museu que nos leva de volta a 1939 quando o bunker foi aberto, os dormitórios, as salas de reuniões, tudo se mantém vivo. Depois ganhei de presente da minha mãe uma visita que eu sonhava há anos: a Cracóvia. A cidade é maravilhosa, o povo muito receptivo, carismático. Me hospedei ali do lado da praça do mercado e só quem vai mesmo pra entender.
A avalanche de emoções começou quando visitei a fábrica de Oskar Schindler, logo na entrada tem uma exposição com as fotos dos sobreviventes da lista e dentro da fábrica hoje existe um museu intenso e emocionante com fotos, filmes, depoimentos e uma exposição contando a história do holocausto.
No outro dia visitei Aschwtiz e acho que nunca vou conseguir expressar em palavras as emoções, os sentimentos. é um turismo silencioso, quase ninguém conversa, todo mundo, sem dúvida refletindo, perguntando: "Como isso foi acontecer?" "Por que as pessoas não se revoltaram contra isso tudo?" "Como o povo alemão tão inteligente conseguiu ser manipulado daquela maneira?" Perguntas que historiadores graduados fazem e de tudo que já li e vi a respeito, é impossível chegar a uma conclusão.
Numa europa anti semita de um modo geral, o povo alemão sofrendo a crise econômica após a derrota da primeira guerra mundial, um povo carente e necessitado foi tudo que Hitler precisou pra colocar em obra suas idéias infundadas, preconceituosas e megalomaníacas.


6 milhões de judeus pagaram com a vida, muitos outros pagaram nos frontes de batalha mas na verdade, perdemos todos nós. Porque no fundo somos todos da mesma raça: a raça humana. Acima de cor, religião, crença, cultura. E não podemos pensar no holocausto como um número monstruoso, cada uma daquela criatura recebeu a benção da vida, tinha sonhos, ambições, frustrações, amores e não merecia aquele fim. Meu infinito respeito ao povo judeu e a todas as vítimas do holocausto.
E a minha mãe, óbvio, por ter me proporcionado essa viagem.

Sunday, August 12, 2012

Reflexões, algumas conclusões e muitas perguntas...

Fala pessoal!
Dessa vez eu sumi por muuuuuitos meses!é verdade, procurei me blindar de redes sociais (algo muito difícil pra mim porque sou viciada, rs)
Terminei minha participação nos jogos de Londres há alguns dias mas ainda não consegui compreender tudo que aconteceu, digerir todas as lições que a vida me proporcionou.
Tenho consciência de ter buscado todos os dias durante minha preparação o melhor, de ter me resguardardo ao máximo, me alimentado da melhor maneira possível, me sentia confiante como nunca, ansiava pelo momento de estar atrás do bloco pra competir nas três provas em que eu estava inscrita.
Saí do Brasil com a mala pesada, cheia de roupas, suplementos e sonhos, muitos sonhos!
Durante a aclimatação eu ia tendo a certeza que estava nas minhas mãos e uma felicidade tomava conta de mim porque finalmente eu estava pronta.
Na véspera da prova eu e minha treinadora brincamos no processo de raspagem que os nadadores fazem, ela tirou várias fotos "joanna, depois você publica isso como o making off dos 400 medley".
Assisti a cerimônia de abertura e fui dormir leve e feliz. Da mesma forma acordei e pensei "esse dia chegou". A partir daí tudo fica conturbado, fui uma criança levada mas nunca quebrei nada, nunca me machucava e nem me cortava. Voltando a falar da preparação eu evitei caminhos onde eu poderia me machucar, brincadeiras que poderiam me lesionar e de repente 3 horas antes da oportunidade que estava nas minhas mãos de colocar todo trabalho pra fora, eu me encontro machucada e com o super cílio aberto. Quando olhei no espelho e vi aquilo pensei "Meu Deus, hoje não".
Escrevendo isso pra vocês eu sinto um aperto no peito. Porque as coisas as vezes acontecem tão de repente e em momentos tão inesperados que não dá tempo de entender, não dá tempo, a gente só tem que continuar. Minha cabeça estava a mil, eu queria avisar a minha mãe que estava a caminho do parque aquático, avisar a minha família que tinha acordado cedo pra me assistir, avisar ao Luciano que estava em Sheffield também pra me assistir, mas eu tinha que fazer o curativo, realizar exames e dá um jeito de me recompor; eu tinha 24h pra me recompor. Eu poderia sair dos jogos, não nadar mais nada, essa opção existia, mas eu não quis. Meu treinamento não foi focado para os 200 medley, mas era essa prova que eu tinha pela frente, então, ou era isso, ou não era nada.
No dia 29, depois do acontecido é que eu acho que a ficha começou a cair, os 400 medley já tinham acontecido e outra chance só daqui a 4 anos, ai doeu de verdade.
Esse post está se prolongando e acho que quase ninguém chegou até aqui, rs. Me desculpem pelo desabafo mas tudo ainda está muito recente.
Não consigo lembrar bem de como nadei os 200 medley na eliminatória e na semi-final, foi como se eu estivesse no "automático".
Cheguei hoje no Brasil, precisava de alguns dias longe das piscinas, pra arejar a cabeça, renovar as energias.
O que eu concluí com tudo isso?O óbvio: que na vida, situações e fatalidades fogem do nosso controle, o que está sob nosso controle é como agiremos a partir dessas situações e que todo problema carrega uma lição, um aprendizado.
Aproveito pra agradecer as mensagens de apoio, a torcida, e o amor incondicional de minha família e dos meus amigos.

Não posso em hipótese alguma reclamar, que as coisas não saíram como eu gostaria é verdade, mas eu estava em uma vila olímpica, tive oportunidade de competir, de reviver uma semi-final depois de 8 anos, de representar o meu país e vivendo tudo aquilo eu percebo como tenho sorte de fazer o que faço e como amo a jornada.